É o protagonista de "A Suspeita", é ele que instala a intriga, que "resolve" o enigma do assassino dos comboios, que pára o comboio, que tenta alertar Helena, que enfrenta o Jonas.

Tudo nele é acção. O Cérebro ferve de ideias e hipóteses. O medo, o pânico, a coragem, a incompreensão, a humilhação, são o rol de emoções que transfiguram a personagem ao longo do filme.

 

Caixeiro-viajante de apólices de seguros, Salcedas tem no comboio a sua segunda casa,

na linha-férrea o território de todos os seus sonhos, no jornal diário o companheiro de viagem que não faz perguntas. Infelizmente, naquela manhã, ao esborrachar uma mosca insolente, perde a notícia mais importante do jornal. o retrato robot do Assassino dos comboios. Uma investigação que tem vindo a acompanhar atentamente.

 

Ao bom estilo dum detective amador em dia de inspiração Salcedas regista todos os pormenores.

 

Só que a Salcedas falta o que distingue um bom detective dum aprendiz de feiticeiro: a capacidade de se distanciar para poder tomar a atitude adequada, serenamente.

 

Pelo contrário Salcedas emaranha-se cada vez mais na intriga que ele próprio inventou.

 

Perspicaz ou paranóico? Herói ou imbecil?

 

Assassino? Definitivamente não! Vítima?  Assista ao filme para ficar a saber.