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WINNER

Jonas

Podia estar numa nuvem rodeado de anjos ou submerso entre foliões num baile de Carnaval que o seu ar ausente seria o mesmo.

 

Naquele compartimento, naquele comboio, ninguém vê o mundo como ele. Alheado ao revoltado? Refugiado no seu mundo ou na acalmia que precede o ataque do assassino em série?...Móvel, indiscutivelmente! A mochila, o walkman, o diário de viagem, o surpreendente canivete de Barcelos, tudo em Jonas revela essa mobilidade.

 

Será Jonas uma espécie de justiceiro doentio que vagueia pela linha-férrea, ou um poeta sem pouso de sons e palavras desencontradas?

 

Jonas é o assassino dos comboios no cérebro paranóico de Salcedas: a camisola, o canivete cujas lâminas indicam os locais da linha férrea onde se cometeram os assassínios, o sangue frio com que enfrenta o revisor, o sorriso - o único sorriso de Jonas em todo o filme! - com que reage ao convite de Helena para passar a noite em Vale Trilhado, tudo sugere a Salcedas que Jonas é o assassino. O confronto é inevitável.

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